terça-feira, agosto 08, 2006

o sol e as coisas que o acompanham


Às vezes, a segunda-feira é ensolarada. Nesses dias, você não chega atrasada, nem tem mau humor (mesmo com só três horas de sono). Você ainda tem a sorte de ler, antes de chegar na faculdade, um trecho bonito do livro que você quer ler há meses¹ e consegue reconhecer que todo lugar conspira poesia. Há poesia na lousa da aula de filosofia² e no banheiro do segundo andar (o único com papel higiênico). Há poesia até nos cinco minutos finais da aula de redação.

¹ E por mais que lidemos com esse sentimento como se fosse um paletó dois números acima do nosso, apenas ele e tão-somente ele, o amor, nos faz humanos, como desde tempos imemoriais a arte vem tentando provar. Seja nos boleros mais sentimentais, que ressoam nas paixões evocadas pelos grandes mestres de ficção, ou em obras-primas como esta.

² Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Pra guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.

6 comentários:

Anônimo disse...

Ahhhhhhhhhh, a ambiguidade dos posts com títulos suavemente alterados por vc não lembrar exatamente qual título deu quando o sistema do blog dá erro e vc tem a nítida impressão que seu texto não foi publicado...

Olha! Olha! Eu sou "Ele"!!! UAAAAAU!!! Tem um pouquinho de Deus nessa história!

Thá, por que às vezes tenho a impressão que vc escreve trechos de livros já existentes e noutras parece que vc está escrevendo de si mesma, mas utilizando-se de terceira pessoa?

Flávia disse...

Do que tinha escrito na aula de filosofia, eu gostei da parte do pássaro, mas não lembro agora como era exatamente.

Gostei bastante daqui, Thaíse!

Anônimo disse...

Oi Tha!
caraca estão bem bacanas teus últimos posts
^^
Bjão pra você garota
te adoro de todo coração

Anônimo disse...

Haveria poesia em comentários de posts?

Naiady disse...

Tem também aqueles dias que até o vehinho do ônibus que sorri pra você apressada, achando que ele não tem que se intrometer na tua vida e notar a sua existência.

Opostos. São sempre meio próximos. Tipo a Kelly falava de positivismo e marxismo.

Stephs disse...

Que bacana... Eu procurava por esse trecho do livro do Gabriel e me deparei com este post, que foi publicado justamente no dia do meu anviversário! Quando eu fazia, deixe-me ver... dezoito anos! Um belo presente de aniversário atrasado, obrigada.