terça-feira, dezembro 26, 2006

Inquietudes

Estava (estoy) pensando hoje no que cria a identidade humana e que possibilitaria uma ação coletiva, ou, quiçá, um sentimento de coletividade. Esta foi a pauta das minhas últimas conversas de bar e o período solitário das férias tem me ajudado a pensar sobre. Essa fase das minhas férias tem sido deveras produtiva (e engordante, confesso) apesar de que os habituais 30° C reduzem à metade minha já limitada capacidade intelectual.

Tentei encaixar uma porção de características humanas na frase “ser humano é...”. Busco algo mais intrinsecamente humano do que aquela série de conceitos biológicos do qual só os cientistas se lembram. Mamífero, bípede, telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor... Só recordamos que nada mais somos que animais quando precisamos justificar algo. Uma falha moral, geralmente. (me eximo de discutir moral, ética e valores aqui pra não me perder ainda mais).

Após algumas falácias voluntárias em busca da característica unificadora, da síntese humana, descobri (Ou, conforme espernearia Niezsche, inventei uma verdade cômoda pra saciar minha busca) que o que nos identifica como gente é a crença. As crenças são variadas, lógico, mas são elas que colocam sentido na vida (ou nisso que chamamos genericamente de vida)

As vidas são projetadas para a conquista de um objetivo final que é integralmente baseado naquilo que temos como crença maior, valor central. Acreditar na conquista de algo é o legitima as desventuras diárias.

Talvez essa, que para mim é a característica comum a qualquer homem, seja o que mais nos divide.

Acreditar no dinheiro como valor central (possibilitador de felicidades) e o que legitima uma vida de trabalho ou três combinações diferentes na loteria. Acreditar em outra forma de organização (outro mundo é possível) é o que legitima cada pequena luta.

De novo.

É engraçado como eu sempre me perco na linha disforme do meu raciocínio.

3 comentários:

iasa monique disse...

me senti atacada na parte das combinações da loteria, mas enfim.
gosto do jeito que tu escreve, meu girassol. :)

Anônimo disse...

creio q dvíamos nos unir e fazer um post conjunto, pra colocar em ambos... Sairia mta coisa... hm... interessante... huahauahuah

Naiady disse...

Ou acreditar que não acredita em nada.
Hum.